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No horizonte do amor: projetos a dois

Por Celito Meier em 21/10/2020


No Horizonte do amor:  projetos a dois

É comum ouvirmos a expressão: “filhos não garantem casamento”. O elemento decisivo encontra-se nas competências e nas habilidades do casal em construir projetos a dois, de sonhar juntos, de olhar para um mesmo horizonte, de traçar metas e estratégias, de elaborar prioridades e de tomar decisões conjuntas e solidárias. Sendo assim, o próprio casal alimenta o processo de seu amadurecimento, que acabará fortalecendo os próprios laços que unem o casal.

Esse projeto não é artificialmente projetado, como algo a priori; ao contrário, na rotina do caminhar de cada dia, acontecimentos e circunstâncias se transformam em oportunidades para o casal delinear seus horizontes e suas formas de caminhar.  Nessa lógica, um dos elementos mais decisivos é permanecer atento às necessidades de ajustes ou transformações no projeto. 

Um risco sempre presente decorre do individualismo cultural, quando acontece uma sobreposição ou uma dominação de um olhar sobre o outro. Com isso, compromete-se a possibilidade de longevidade de uma relação afetiva, pois se trata de uma trama de dominação e submissão de vontades individuais. 

A longevidade do amor tem relação com um projeto elaborado pelo casal, no qual as realizações individuais caminham lado a lado com o bem-estar e a realização do casal como casal. Nesse projeto, inteligência e coração, razão e afeto alimentam-se reciprocamente, de tal forma que o afeto fica cada vez mais inteligente e a inteligência mais afetiva. Por isso, o verdadeiro amor deseja o bem e faz o bem que deseja à pessoa amada, de forma que o amante se alegra verdadeiramente no ato de amar e de colaborar na elevação espiritual da pessoa amada.

É impossível querer vida a dois que não implique em abrir mão, abnegar ou renunciar a determinados desejos ou interesses individuais, em favor da sustentabilidade da relação do casal. Essa é uma dificuldade para muitos, que cresceram com a ideia da ausência de limites e restrições a suas vontades. Por isso, casamento não é algo natural e tampouco, portanto, algo para o qual todos estejam destinados. Trata-se de uma aprendizagem que não é fácil, embora muito gratificante e plena de sentido, capaz de trazer leveza e bem estar físico e mental.


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