Blog Celito Meier

Reconquistando a pessoa amada

Por Celito Meier em 01/11/2020


Reconquistando a pessoa amada.

 

A rotina do dia a dia é
inevitável, necessária e deve ser positivamente avaliada, uma vez que
possibilita a canalização de energias para a realização de projetos. Contudo, facilmente
a rotina poderá encaminhar-se para a monotonia, se faltar ao casal a criativa
fidelidade, que busca retraduzir o projeto em novas expressões, no cotidiano de
sua caminhada.

O divórcio, embora seja
uma realidade marcante na vida de muitos casais, não é uma fatalidade, não é
algo para o qual o casamento deva se encaminhar. Ao contrário, deveria ser
pensado como uma exceção. Para construir a longevidade do amor, requer-se do
casal uma atitude básica: vivenciar e celebrar o dia de hoje como único e
último.

A ausência dessa atitude
fundante ou essencial cria um progressivo distanciamento e, nele, o afeto vai
buscar diferentes horizontes daqueles originalmente queridos. Mas, isso é
expressão de um desvio de rota evitável e ou reversível, se houver atitude de
vigilância às ações cotidianas, que plasmam atitudes e criam uma orientação
para a vida.

Entre essas ações continuadas
que geram atitudes e que definem orientações de vida, que merecem permanente
revisão, existem aquelas que se referem  à convivência com os filhos, outras à vida
íntima do próprio casal, outras ainda, de modo genérico, à habilidade e
competência de saber amadurecer como pessoa.

É imprescindível que o
casal consagre um tempo somente para si, sem os filhos, para reavivar os
sentimentos e as ações que cultivam o afeto que existe entre os dois. Se o
divorcio não é natural, tampouco é natural a longevidade do amor. Trata-se de
um resultado de escolhas diárias. Somos o nosso próprio futuro. Somos frutos de
nossas decisões. É uma questão de coerência, para não falar em lógica do amor.

Analogamente, a
experiência de um amor longevo pode ser expressa a partir da experiência de
saborear um vinho. Eis o que o poema a seguir busca traduzir.





















 

 

SABOREANDO

 

Da
colheita de uma safra, os barris

Do
barril, as garrafas.

Diante
de uma garrafa singular, os desejos.

 

Saboreando...

Não
é necessário beber todo o conteúdo da garrafa.

Em
uma única taça, encontro o vinho da garrafa.

 

Saboreando...

Não
é preciso beber todo o conteúdo de uma taça.

Um
único gole é presença concentrada de todo o vinho.

 

No
instante de agora,

Feito
gole,

No
dia de hoje,

Feito
taça,

Vivenciamos
eternidade.

 

No
dia de hoje,

Decide-se
a existência.

Nele
colhemos os frutos

Sem
fixar-se no passado ou no futuro





















































Vivendo
a alegria do instante.

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